INF.039/ADM/MAR/16
INF.039/ADM/MAR/16 Brasília, 10 de março de 2016.
INF.: CONVIVÊNCIA EM COMUNIDADE – AÇÕES INDIVIDUAL E COLETIVA – RESPEITO PELAS NORMAS DE CONVIVÊNCIA
Senhores Condôminos,
Em uma sociedade os indivíduos se aglutinam de forma impessoal, enquanto que em uma comunidade os integrantes possuem relações mais conectadas e próximas.
Nossa convivência em meio a outros indivíduos é tão complexa a ponto de existir uma área do conhecimento dedicada a estudá-la e a entendê-la: as ciências sociais. Um dos “objetos” mais complicados sobre a qual a sociologia se debruça é a sociedade, que se define pela sua diversidade e dinâmica das relações dos sujeitos que a constituem. Ao falarmos que uma sociedade se define por sua diversidade e dinâmica estabelecemos que os indivíduos que a constituem, você e a maioria dos que habitam a sua rede de convivência direta e indireta, compartilhando um conjunto de regras normativas e de valores específicos que servem para mediar o processo de relação entre esses sujeitos e os possíveis conflitos que invariavelmente surgirão, estabelecemos que uma sociedade é constituída de forma impessoal entre os que a integram e que, salvo exceções, privilegiarão suas vontades individuais.
Entretanto, não seria correto afirmarmos que uma sociedade se constitui apenas por indivíduos sem qualquer tipo de ligação pessoal, seja por afinidade ou por necessidade. Todos nós acabamos por nos tornar parte de grupos que possuem contato mais próximo à nossa realidade diária, com os quais dividimos interesses, objetivos e similaridades de idéias e condições, sejam econômicas ou de posição social. A esses grupos denominamos comunidades.
O que caracteriza as comunidades?
Em seu modelo ideal (definição fechada do que um objeto seria sem levar em consideração as possíveis interferências das infinitas variáveis que poderiam transformar o objeto de um ou de outro jeito), a comunidade é definida por Robert Redfield como sendo:
• Um agrupamento distinto de outros agrupamentos humanos, sendo “visível onde uma comunidade começa e onde ela acaba”;
• Pequena, a ponto de seus limites estarem sempre ao alcance da visão daqueles que a integram;
• Auto-suficiente, “de modo que atenda a todas às necessidades e ofereça as atividades necessárias para as pessoas que fazem parte dela.” Independente dos que estão de fora.
Comunidade e modernidade
Trata-se então de não apenas um corpo ou um objeto, mas também de uma construção ideológica que se baseia na necessidade individual da segurança, do conforto, da familiaridade e do sentimento de pertencimento, de que fazemos parte de algo maior que nossa individualidade, da delimitação do “Nós” (o familiar) e dos “outros” (o estranho). Nesse ponto, o autor Zygmund Bauman nos esclarece: “pertencer a uma comunidade significa renegar parte de nossa individualidade em nome de uma estrutura montada para satisfazer nossas necessidades de intimidade e da construção de uma “identidade”.
Essa construção de uma identidade deve-se sempre ser balizada, por antecipação, das normas de convivência e como nós relacionamos com nossos direitos e obrigações. É dessa identidade que queremos falar e refletir.
Somos uma comunidade, em sua formação, prevista para em torno de 8.000 mil pessoas. Conforme previsto no Plano de Desenvolvimento e Ordenamento Territorial – PDOT, PARA O SETOR HABITACIONAL SÃO BARTOLOMEU – BAIXA DENSIDADE. DEFINIDA COMO ARINE – Área de Interesse Específico – Conforme o Art. 130 do mesmo PDOT – “As áreas de Regularização de Interesse específico, indicadas no Anexo II, Mapa 2 e Tabela 2B, desta Lei Complementar, têm como objetivo a regularização fundiária de assentamentos irregulares (condomínios) ocupados predominantemente por população de média ou alta renda”.
É nesse Setor que estamos inseridos! É aqui que planejamos nossa comunidade, sustentada no conceito de uma verdadeira comunidade. Como diz o conceito acima “renegar parte de nossa individualidade em nome de uma estrutura montada.” É entender que tem “gente” ao nosso redor que deve e pode se incomodar com as minhas atitudes e ações que fogem a minha intimidade. É ter a sensibilidade de pensar o quanto alguém pode ser incomodada com essas atitudes. É não esquecer-se das normas de convivência (Convenção) que cada um deve por em prática. É saber cobrar em primeira mão, para si mesmo, as obrigações, para depois cobrar seus direitos. É preservar o bem comum, se esforçando para respeitar os seus limites. Exemplos:
1. Ouvir música com som fora dos padrões permitido por lei. Por quê? Ao meu redor pode ter uma criança recém nascida; uma pessoa debilitada se recuperando de algum tratamento; um vizinho estudando;
2. Dirigir fora da velocidade permitida? Por quê? Qualquer sinalização de trânsito tem um objetivo a ser ponderado, portanto se ali está é porque é necessário;
3. Soltar fogos de artifícios. Por quê? Temos crianças, pessoas idosas, cachorros, e toda a população, depois de um dia de trabalho, querendo descansar;
4. Andar na contra mão. Por quê? Pelo óbvio;
5. Jogar lixo nas áreas comuns do condomínio? Por quê? Pois demonstra a falta de educação e o desejo de que esse condomínio seja uma verdadeira coletividade;
6. Jogar lixo, eletrodoméstico fora de uso, sofá velho, cadeira quebrada, vaso sanitário, material de construção, etc (a lista é enorme) no lote do vizinho? Por quê? Pela falta de educação e pelo dano causado ao vizinho;
7. Deixar o seu cachorro solto. Por quê? Pelo fato de estar desrespeitando as normas de convivência e gerar prejuízos a terceiros (medos, ataques, mordidas, etc);
8. Piscinas sem manutenção. Por quê? Essa atitude já virou interesse público; o mundo inteiro está preocupado com as conseqüências dessas atitudes pelas suas conseqüências de água parada e armazenada sem o devido tratamento por causa do vírus da Zika e outros;
9. Sistema de energia fora do padrão, inclusive dentro das unidades (sem conduites). Por quê? Colocando vidas em perigo.
10. Construir sem o devido projeto, seguindo o Código de Edificação do D.F. Por quê? É lei!!! Mais do que nunca o processo de qualidade de vida passa pela qualidade de como as construções são executadas;
11. Usar as áreas comuns para por material de obra. Por quê? A Convenção não permite! No momento que fazemos uso de algo que não é permitido, causamos danos aos vizinhos, visto que tudo que fica jogado nas ruas, com certeza não contribui para a organização! Sabem aquela história do uso indevido das vagas de idosos e deficientes? Nem por um minuto pode ser utilizada!!!! Valem para qualquer ato que a Lei prevê!
12. Manter a frente de suas unidades limpas. Por quê? Civilidade e norma convencional
13. Manter pagas as taxas condominiais. Por quê? São elas que dão sustenção a todos os processos que envolvem o objetivo pelo qual motivou nossas escolhas.
Todos os itens acima estão virando rotina no Estância. Sem falarmos das edificações precárias, em todos os sentidos, demonstrando as dificuldades de seguir as regras de construção para esse setor. Casas coladas no fundo (inclusive algumas com janelas no muro de divisa para o lote vizinho); e outras tantas irregularidades que mostram outras dificuldades não menos indesejáveis e degradantes! Processo simples de gestos que demonstram a total falta de harmonia com o processo de qualidade de vida tão almejada por alguns, que para aqui vieram com a determinação de construir uma verdadeira coletividade! Fatores simples que podem ser levados a sério numa comunidade ordeira e harmoniosa. Isso leva a pergunta básica: se hoje temos em torno de 3.000 pessoas estamos assim, imaginem com a previsão de 8.000 mil para o futuro próximo. Como estaremos amanhã? Na classificação do PDOT, “classe média ou alta renda” – exclusivamente neste item há de se notar que a cobrança de se construir somente com projeto seguindo o Código de Edificação do Distrito Federal causa um estresse para a administração, visto que “de alguma forma” alguns querem contrariar esse Código!
O Estância está entrando em uma nova fase! Logo teremos a nossa tão sonhada infra estrutura que com certeza elevará o padrão de vida de cada um de nós! Será que estamos preparados para essa fase? A concepção sobre qualidade de vida, que a eleva como um objeto a ser alcançado mediante esforço do sujeito, no nosso caso, de todos que compõem o quadro de condôminos, promove em cada um algo que o senso comum sabe que é bom, mas não tem claro o contorno econômico e financeiro que impõe limites, na obtenção desse “objeto”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) (1995), conceitua qualidade de vida como sendo “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Como vemos haverá consenso nas relações que conduzem a qualidade de vida hoje em nosso condomínio? Será que temos condições de enfrentar, principalmente sobre o fator econômico, o custo dessas ações, na atual conjuntura econômica que vivemos? Diante de tantos empecilhos, não
estamos criando aqueles que só abrangem a nós mesmos, pela nossa impossibilidade de arcar com as necessidades do coletivo?
Quando falamos de corrupção, esse sentimento que envolve muito fortemente a nossa sociedade e o mundo, temos de ter em mente que corrupção não é apenas grandes falcatruas, mas qualquer ato que agrida os interesses dos outros. “A corrupção social ou estatal é caracterizada pela incapacidade moral dos cidadãos de assumir compromissos voltados ao bem comum. Vale dizer, os cidadãos mostram-se incapazes de fazer coisas que não lhes tragam uma gratificação pessoal.
Falar das pessoas sem o amparo legal, “disparando” cizânia, comprometendo moralmente o próximo, com certeza também é ação corrupta, pois a maledicência é fator de iniqüidade moral. Sem falar das normas condominiais que expressam os Deveres Comuns a Todos os Moradores do Condomínio, tem se verificado a falta total de respeito em alguns grupos de WhatZap que ferem as relações de respeito e consideração que temos que ter com todos! Abusar de “pontos de vistas” caluniosos pode gerar processos, que imagino, causará danos moral e financeiro!
Procuremos refletir sobre todos esses aspectos! Uma comunidade verdadeira procura contribuir individualmente com as questões que são de nossas obrigações. Ultrapassar a linha tênue de nossos limites com certeza atingirá alguém. Na maioria das vezes, envolvidos que estamos com o sentimento de impunidade que permeia a nossa sociedade, julgamos todos pelo mesmo clivo!A nossa capacidade de gerir nossos pensamentos e sentimentos sobre alguém ou coisa, ainda deve prevalecer no bom senso!
O Cristo vos disse: “Querer para os outros o que quereis para vós mesmos”. Deus pôs no coração do homem a regra de toda a verdadeira justiça, pelo desejo que tem cada um de ver os seus direitos respeitados. Na incerteza do que deve fazer para o semelhante, em dada circunstância, que o homem pergunte a si mesmo como desejaria que agissem com ele. Deus não poderia dar um guia mais seguro que a sua própria consciência! O direito dos homens, portanto, nem sempre é conforme à justiça. Só regula algumas relações sociais, enquanto na vida privada há uma infinidade de atos que são de competência exclusiva do tribunal da consciência. A necessidade de viver em sociedade acarreta para o homem obrigações particulares, e a primeira de todas é a de respeitar os direitos dos semelhantes; aquele que respeitar esses direitos será sempre justo. Ainda temos dificuldades de praticar a lei de justiça, cada um usa de represálias e vem daí a perturbação e a confusão da nossa sociedade. A vida social dá direitos e impõe deveres recíprocos.
Atenciosamente,
A Administração
Origem: Wikipédia. Corrupção é o ato ou efeito de se corromper, oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece uma pessoa e se prejudica outra. É tirar vantagem em um “projeto de poder” atribuído. Busca oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício conforme Art. 333. do Código Penal. O verbo “corromper” (do latim e grego) significa “tornar-se podre na calúnia e manter o podre ou caluniado no poder do corrupto e corruptor”. Segundo Calil Simão, é pressuposto necessário para a instalação da corrupção a ausência de interesse ou compromisso com o bem comum!