Todos os moradores já devem ter recebido, em seus e-mails, uma mensagem sobre o resultado da primeira leitura dos hidrômetros, com a informação do consumo, em litros, referente ao mês de julho de 2019. Essa ação é parte de um esforço que precisa ser compartilhado por todos nós, para o uso racional dos nossos recursos hídricos, tão delicados, visto que somos abastecidos por poços e não pela rede da Caesb. Esta primeira leitura servirá como base de comparação para as seguintes, a fim de que cada unidade possa monitorar o próprio gasto, e para que o condomínio possa, daqui por diante, aprimorar o planejamento de ações futuras, como a eventual ampliação da rede. Somente as unidades edificadas receberam hidrômetros, e, portanto, apenas estas unidades têm seu consumo registrado.
Durante o período de estiagem, com consequente racionamento do abastecimento de água, estamos recebendo, diariamente, chamados para que as equipes do Condomínio verifiquem o motivo de algumas unidades ficarem sem água em suas torneiras. Em alguns casos, de fato, algum problema na distribuição é detectado, mas na maioria dos chamados, o problema está justamente nas próprias residências. Entupimentos nas boias das caixas d’agua e dimensionamento incorreto de reservatórios costumam ser as causas maiores dos incômodos.
O racionamento é inevitável, pois os poços passam a operar com capacidade reduzida e dependem de períodos de descanso. O planejamento dos horários de corte permite que todas as áreas, altas ou baixas, sejam igualmente abastecidas, e a operação não é simples. Exige deslocamento de equipes, e a água só chega até as residências, após todo o ar contido na tubulação ser expulso. Algum atraso é compreensível, portanto.
Uma das maiores causas de reservatórios vazios é o entupimento da entrada de água, na boia que controla o enchimento. Com o tempo, pequenos sedimentos podem entupir parcialmente a passagem da água, e, com isto, passa a ser necessária cada vez mais pressão para que a caixa seja abastecida, em um tempo cada vez maior. O resultado é um reservatório parcialmente vazio, incapaz de suprir o consumo durante o período de desligamento. A solução é fazer manutenção regular, com a verificação da boia, da tubulação e da tampa, além da limpeza. Caixas sujas permitem a formação de colônias de bactérias em suas paredes, o que pode gerar uma série de problemas à saúde, como gastroenterites e diarreias.
Uma caixa de 500 litros é suficiente para até três pessoas, segundo as normas de engenharia. Porém, uma simples lavagem de roupa, em máquina, pode chegar a consumir 200 litros, sem que você perceba. E isto pode acabar te deixando sem água, em algum momento do dia. Uma boa solução, por não exigir nenhuma modificação no imóvel, é a instalação de uma caixa no piso, recebendo a água da rua, que abastecerá a caixa superior através de uma bomba acionada, automaticamente, por uma boia elétrica. Uma instalação relativamente simples e que garante conforto. É possível adquirir bombas submersas (mais barulhentas) ou periféricas (que demandam alguns cuidados extras, porém mais silenciosas) por valores bem baixos.
Nosso cuidado maior é para que possamos manter certo conforto no fornecimento de água potável. É preciso cuidar, para que ela não falte. Com a colaboração de todos em usar melhor a água, em manter seus reservatórios em ordem e em reduzir vazamentos, além do planejamento e das melhorias futuras na rede de distribuição, que são responsabilidades da Administração, os desconfortos causados pela falta de água serão cada vez menores!